domingo, 5 de outubro de 2008

Amor indizível


É para ti
que hoje vou aspergir um pouco do meu ser
para ti caminho
a ti dirijo o meu olhar
e no teu me revejo
como se na tua presença
minha imagem reflectida.

Decidi extravasar
o intocável o infinito sagrado
ontem lugar de silêncios
acabrunhados no recôndito
entranhas do meu ser minha lenda pessoal
hoje uma parte de mim
habitará teu silêncio azul.

A Deus pedi um coração puro e simples
Ele me deu caos e complexidade
erguendo-se das entranhas
um muro quase intransponível
o das lamentações talvez
por onde vai irrompendo
o fogo impetuoso do amor
que quer extravasar
rasgos de clareiras cintilantes.

Deus decidiu que nenhum amor era impossível
porque pensou a Felicidade do universo
transmutando o impossível em possível
permitiu o eclipse do Sol com a Lua
infinitamente separados
e tão perto porque unidos pelo deslumbramento
o enlevo, o êxtase do amor que se quer perpetuar.

Encontrar-te fez renascer em mim
a loucura de poeta adormecida.
Aqui estou hoje à tua porta e bato
clareira de sol
a irromper
por entre as tuas frestas fechadas ocultas.

O sonho devorador
de amar espontaneamente
por decreto proibido alcançar
possuir o inatingível
amor lampejo de esperança
de um dia te ver atracar em meu porto seguro!
Lua

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